segunda-feira, 13 de junho de 2011

Refletindo o Estágio


O estágio teve duração de quatro semanas, a cada semana trabalhava-se com um valor: obediência, amizade, amor e paz, respectivamente. A primeira semana, como todo início, causa “borboletas no estômago”, aquele friozinho na barriga, pela insegurança de estamos num espaço que não é nosso, mas que aos poucos torna-se nosso também.

Nesse espaço, enfrentamos algumas dificuldades, como o acompanhamento individual e coletivo, pois a quantidade de alunos que precisavam de auxílio para a escrita e leitura era imperceptível, em relação aos alunos que pediam ajuda apenas para nos ter perto, chamar a atenção.

Outra dificuldade era manter a afetividade e a ordem da classe, tornava-se complicado controlar aqueles mais próximos a nós, o carinho era confundido por eles como liberdade para fazer o que queria e, concomitantemente, era difícil repreender tais alunos.

A dificuldade maior é a relação entre a escola e a família, muitos pais participam da vida escolar dos filhos, interessando-se apenas em um aspecto: disciplina, mas na maioria das vezes culpa a escola pela atitude dos filhos, justificando que em casa é diferente.

Confirmei a necessidade do professor refletir sua prática, ou seja, repensar sua metodologia, sua concepção de avaliação, seus objetivos, e sua concepção de educação.
Tornando imprescindível a minha prática, a articulação de saberes apreendido ao longo desses anos. Concordo com Freire (1996, p. 29) quando afirma,

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.

Assim, levamos alfabeto móvel, jogos educativos, dinâmicas e atividades planejadas com muito carinho, levando em consideração os conhecimentos prévios, bem como o nível de escrita e leitura individual dos alunos. Percebemos em todos os momentos entusiasmo em fazer as atividades, mas também dificuldades na leitura, escrita e raciocínio matemático.

Indubitavelmente, o estágio é o momento de encontro e confronto entre os professores de ensino fundamental, docente universitário e estagiários, cada um com história e experiências individuais. É o período onde os conhecimentos teóricos e práticos se articulam, evidenciando que ação sem reflexão impede o aprendizado, bem como nos limita enquanto profissionais em formação.

Agradeço a minha amiga e parceira de estágio Fernanda Lisboa pelo apoio constante, a professora Socorro Cabral pelas orientações e intervenções valiosas, aos alunos pelos momentos de aprendizado e a todos que de alguma forma contribuíram para meu aprendizado.

Um comentário:

  1. Oi garota,

    Você trouxe reflexões importantes sobre seu processo formativo nesse período. Trouxe algumas problematícas, porém senti falta de mais aprofundamento sobre as mesmas. Destaco a citação que você traz de Paulo Freire sobre a pesquisa"
    Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.

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