segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

(des)caminhos do meu processo formativo

O caminho até chegarmos a disciplina Práticas Pedagógicas do Ensino Fundamental, a qual nos possibilita o estágio, é longo, no entanto, enriquecedor para esse período. Das disciplinas que contribuíram com os seus conteúdos teórico-metodológicos para a nossa postura em sala no estágio da educação infantil e futuramente do ensino fundamental, posso citar Psicologia da Educação I, a qual nos proporcionou um estudo acerca da abordagem vygotskiana que defende a idéia que o desenvolvimento infantil pode ser mediado através da brincadeira de faz-de-conta, acreditando que ela é a principal atividade até os seis anos de idade. Conforme este autor,

a situação imaginária de qualquer forma de brinquedo já contém regras de comportamento, embora possa não ser um jogo com regras formais estabelecidas a priori. A criança imagina-se como mãe da boneca e a boneca como criança e, dessa forma, deve obedecer às regras do comportamento maternal (VYGOTSKY, 1998, p.124).

Sendo assim, será por meio dessa atividade que as crianças mais vão desenvolver a linguagem, o pensamento, a atenção, a memória, os sentimentos morais, os traços de caráter; vai aprender a conviver em grupo, a controlar a própria conduta.

Esse aspecto pôde ser percebido numa atividade de campo, na qual observamos alunos de quatro anos da Escola Municipal Dr. Joel Coelho Sá, ficando evidente que a brincadeira contribui de forma positiva para o processo de aprendizagem dos alunos, assim como ela está inerente a sua realidade.

As disciplinas Sociologia da Educação I e II proporcionaram uma visão crítica da educação e tudo o que está ligado a ela, por meio de estudos acerca da relação existente entre educação e ideologia, a educação no contexto neoliberal, as abordagens de autores como Althusser, Durkheim, Gadoti, Giddens, Mersenas, Snyders, Pereira e Foracchi.

Para a educação, o discurso neoliberal parece propor um tecnicismo reformado, onde os problemas socioeconômicos, políticos e culturais da educação se convertem em problemas administrativos, técnicos e de reestruturação. Neste sentido, o aluno se transforma em consumidor do ensino, e o professor em servidor capacitado e competente para preparar seus alunos para o mercado de trabalho e para fazer pesquisas práticas e utilitárias em curto prazo. Diante disso, devemos nos posicionar se como profissional queremos servir a este discurso, que não toca na estrutura piramidal da sociedade, apenas amplia sua verticalidade.

A disciplina Linguística Aplicada a Alfabetização, conduzida de maneira exemplar pela educadora Sonilda Sampaio, com certeza vai ser lembrada ao longo do meu processo formativo, pois além de discussões sobre a aplicabilidade de uma metodologia adequada à alfabetização, pudemos contemplar uma prática pedagógica coerente a realidade de alunos advindos do campo, da Escola Estadual Rural Taylor Egídio – ERTE, da cidade de Jaguaquara.

Esse é um projeto que, iniciou-se em 2001 e, trata de uma pedagogia de alternância, onde atende, atualmente, seiscentos e vinte e cinco educandos, sendo que duzentos ficam na escola, que funciona como internato, enquanto que os outros quatrocentos e vinte e cinco estão em suas moradias sendo visitados pela equipe da itinerância.

As crianças e adolescentes campestres atendidos são respeitados em suas singularidades, acolhidos como sujeitos de cultura diferente, não deficiente e, sobretudo, imersos numa práxis pedagógica que faça valer, sobretudo, o discurso da concepção freiriana de educação integral.

Não só disciplinas contribuíram, as palestras, mini cursos, oficinas, mesas temáticas, momentos que participem como ouvinte, monitora, palestrante e/ou colaboradora, também tiveram sua parcela na minha formação. Dentre elas: III Feira de Educação: "Educação do Oprimido, um novo olhar, uma nova perspectiva”; II Seminário de Inclusão Social e Educacional: (Re) Conhecendo a Diferença; III Workshop Lobato: 124 anos de história e reinvenção; Pedagogia em Debate: História, Currículo e Desafios; Alfabetização e Politização: Alternativas para o desenvolvimento de uma prática pedagógica transformadora; IV Semana de Pedagogia: "A Profissionalização do Pedagogo na Contemporaneidade"; Encontro Norte e Nordeste de Estudantes de Pedagogia.

O Grupo de Estudos em Políticas e Gestão Educacional é uma experiência ímpar também ao meu processo formativo, nele além de compreender acerca dos processos de descentralização, democratização e participação civil no âmbito educacional, bem como do processo de intervenção do Estado nas políticas educacionais brasileiras e na gestão da escola pública, fomentando ações de pesquisa e extensão, pude entrelaçar um círculo de amizade com o educador Ubirajara Lima e os colegas Thiana, Ivan, Tamires, Larissa, Luciene, Cristiane, Daiane e Irane, os quais me ajudam a crescer não só profissionalmente, mas como pessoa.

Voltando a falar das disciplinas, não posso deixar de citar Práticas Pedagógicas em Educação Infantil, vez que nos proporcionou momentos de estudos e preparação de material para o levantamento de dados, observação e co-participação na instituição que estagiamos, para, posteriormente, elaboração dos planos e atividades a serem desenvolvidas no período da regência.

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