Iniciei o curso de Licenciatura em Pedagogia, em setembro de 2007, cheia de expectativa, empolgação acerca do que o curso poderia me oferecer e medo pelo novo, pelos passos que viria a percorrer. Ainda possuía uma ideia simplória acerca desse universo da educação e tudo o que está ligado a ela. Entretanto, essa idéia foi logo sendo substituída, dando lugar a uma visão mais crítica, não só acerca da educação, mas do mundo, vez que não trata só da parte, mas de um todo, proporcionando a nós futuros educadores saberes que sempre nos serão úteis no contexto educacional, bem como em nossa vida como ser humano.
Por isso, considero o curso de Pedagogia como um dos cursos de licenciatura mais completo, apesar do currículo ainda não contemplar uma visão mais ampla do trabalho pedagógico, principalmente, em espaços extraescolares, como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI, onde trabalho como coordenadora pedagógica.
Em relação a esse aspecto do currículo, que inquietou a mim e a colega Tamires, constatamos a partir de estudos realizados no Grupo de Estudos em Políticas e Gestão Educacional, que a partir da década 90, as discussões acerca da importância da Pedagogia em espaços extraescolares passaram a ter maior ascensão no meio acadêmico, possibilitando ao pedagogo transcender o espaço escolar e conquistar, gradativamente, outros espaços. Assim, a formação do pedagogo centrou-se no exercício integrado e indissociável da docência, da gestão dos processos educativos escolares e não-escolares, da produção e difusão do conhecimento científico e tecnológico do campo educacional (BRASIL, 2006).
Outro aspecto acerca do currículo do curso de pedagogia, analisado pelas autoras Pimenta e Lima (2004), é a distribuição das horas que determina a quantidade para o estágio, assim como para horas práticas, horas de aula e outras atividades acadêmicas. Essa é uma proposta fragmentária e, segundo as mesmas autoras, contribuirá para perpetuar a tradicional dicotomia entre teoria e prática nos cursos de formação docente.
No que diz respeito as disciplinas, lembro dos percalços e avanços em cada uma, como Sociologia e minha entrega, Filosofia e meus questionamentos, Estatística e minhas frustrações, Psicologia e meus estímulos, Metodologia da Alfabetização e minhas respostas, Linguística Aplicada a Alfabetização e a minha contemplação, Práticas Pedagógicas na Educação Infantil e a sensação de ser uma pedagoga, uma docente na Educação Infantil.
Lembro também dos professores que até então passaram pelos semestres estudados, e que contribuíram significativamente à minha formação acadêmica, ainda em processo. Desde o primeiro semestre até o atual, tive professores que foram verdadeiros mestres, outros que poderiam ser melhores, mas até com estes aprendi, pois me permitiram refletir sobre que tipo de profissional quero ser. Segundo Lima (2003), o trabalho é um princípio educativo e ao realizar a sua ação docente, o professor aprende também e vai construindo o seu conhecimento.
Sendo assim o trabalho educativo está situado no movimento de articulação entre a teoria e a prática pedagógica em que constitui a identidade docente. Dessa maneira, refletir o caminho percorrido até chegarmos ao período do Estágio no ensino fundamental é imprescindível para sabermos que tipo de profissional seremos.
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